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O CURIOSO CASO DE RACINE NETO

Esse final de semana recebemos no hotel o cantor pernambucano Racine Neto. Personagem que não conhecia, até saber que o mesmo se hospedaria com a banda em nosso estabelecimento. Pra variar, os hits  que estão fazendo sucesso costumam chegar bem depois em mim. Mas é o preço que se paga por viver escavando músicas de décadas passadas e não viver ativamente o seu próprio tempo. O fato é que descobri o dono de uma voz incrível, porém, com uma aparência que há poucos anos era quase imposível penetrar num mercado que sempre exigiu tanto da aparência dos artistas. Somente um "fora de série" como Freddy Mercure e Nelson Ned pra conseguir sucesso mesmo não tendo rostos e corpos que são mais bem aceitos pela mídia.  Fico muito feliz que eu um rapaz talentoso como o Sr. Racine esteja atingindo um número tão grande pessoas, que conseguem se despir dos preconceitos e prestar atenção no mais importante para um cantor: sua voz e sua música.  Mas talvez isso tenha sido possível por conta de

LUA AZUL

A canção americana Blue Moon talvez seja uma das maiores obras diversificadas e perenes na cultura pop. Composta nos anos 30, já foi regravada por diversos artistas ao longo dos tempos e ganhou várias versões em estilos e arranjos. No início dos anos 2000, se popularizou em larga escala no Brasil por conta da novela 'O Beijo do Vampiro', da Rede Globo. Por consequência, se tornou uma das primeiras músicas que aprendi em inglês, enquanto repetia apenas o verbo To Be na escola pública.  Desde que assinamos o GloboPlay tínhamos o interesse em assistir novamente a novela e de uns dias pra cá minha senhora passou a tocar a obra "global" e, para a nossa surpresa, nosso filho adorou a canção, às vezes dançando e pulando na cama enquanto repete o final da letra ao seu modo: "blue-blue" - sim, ele acha que o certo é blue blue. O mais engraçado foi quando uma vez ele cantou "azul azul", pois sabe bem as cores na língua inglesa. O fato é que essa surpresa

O CARNAVAL DA VIDA

         Quando estudei espanhol no IEL tive a honra de conhecer uma das pessoas mais especiais que já passaram pela minha vida. Me refiro à professora Carmen Franco. Me impressiona como em tão pouco tempo ela passou de uma completa desconhecida para um grande exemplo de ser humano. Eu, com meus vinte e poucos anos e carregado de rancor e preconceitos, me tornei uma pessoa melhor e ainda hoje sou grato pelos seus ensinamentos.          Uma das frases que ela usava era "o carnaval da vida", quando se referia às idas e vindas das pessoas neste plano. Eu, ateu inveterado e irônico compulsivo, rejeitava a expressão apesar de compreender o conceito.          Ano passado, como todos sabem, tive uma perda inestimável. Meu grande amigo Luan se foi, deixando uma dor lancinante. Raro um dia que não lembro de nossos momentos, do seu sorriso, das brincadeiras e nossos pileques pelo Centro de Manaus.              Mas desde ontem sinto uma felicidade em meu coração que há tempos não sentia

Bergkamp e o problema da autoridade jornalística

Denis Bergkamp foi um dos melhores jogadores que eu vi jogar. Dono de uma classe invejável, o holandês ainda hoje reúne fãs em todo o mundo. E um dos gols mais bonitos que eu vi foi justamente dele, quando atuava pelo Arsenal.  veja o lance aqui Mas o problema se deu no dia seguinte. Ao comentar o lance no Globo Esporte, a apresentadora afirmou que a jogada fora feita "sem querer". Fiquei perplexo. Não era possível que Mylena Ciribelli viu aquele lance e achou que o misto de talento e improviso do Bergkamp havia sido fruto do acaso.  O pior ainda foi ver pessoas reverberando aquela ideia. Óbvio que não estou de alguma forma culpabilizando a jornalista pelo fato de Bergkamp não estar na mesma prateleira que outros grandes craques no imaginário coletivo. Apenas tomo o exemplo que habita a minha memória para falar de um problema que enxergo, como é a proposta deste blog. Há a possibilidade de que a fala seja justamente um efeito da subvalorização do atleta quando ainda atuava. A

O fim do sonho manauara

Infelizmente o acesso não veio! Culpados? Fácil apontar. Mas o fato é que o Manaus não se ajudou. O time tremeu em momentos chave da competição. Por mais que eu quisesse que o Amazonas tivesse um time na Série B, temos que concordar que as apresentações do time foram pífias. Seria estranho que um time com uma campanha tão irregular conseguisse o acesso. Isso feriria as questões de mérito. Tirando o acidente contra o Novorizontino quando goleou o time paulista por 5 gols, o Gavião do Norte em nenhum momento empolgou. Foi um time sem criatividade e imaginação. Sempre que o adversário se fechou, teve dificuldades de destrancar os ferrolhos defensivos. E isso passa principalmente pela falta de planejamento da diretoria ao trazer um treinador sem a identidade que o clube começava a construir.  O Manaus passou de um time ofensivo, que controlava seus jogos e as ações ofensivas pra um time reativo, de um futebol burocrático e chato de assistir. Com substituições questionáveis como a insistênc

O Retorno do Craque ao Manaus FC

Na curta história que o Manaus FC vem construindo no futebol amazonense, poucos jogadores agradaram tanta gente e em tão pouco tempo. Ontem vi a notícia do retorno do meio-campista Daniel Costa e a sensação foi de muito otimismo. Dono de um passe qualificado e uma bola parada mortal, o jogador chega para as últimas rodadas da Série C, num projeto que almeja nada mais que o acesso. Experiente e com participação fundamental no acesso de outros times, o Verón Brasileiro conta com o total apoio da torcida, imprensa especializada e diretoria. Daniel tem como principal demanda comandar o meio-campo e as ações ofensivas do Gavião do Norte e assim suprir uma carência do elenco esmeraldino. Apesar de contar com bons jogadores para o setor, o time manauara necessitava de alguém com o talento e precisão para cumprir função que se torna cada vez mais rara no futebol brasileiro. Daniel faz parte de um pacote que inclui outros bons nomes como o do volante Júlio Rusch e do atacante Guilherme Pira. Ru

Jacuipense x Manaus FC | Análise Parcial e Clubista

No sexto confronto entre as equipes, ontem, no Barradão, o Manaus FC venceu a Jacuipense pelo campeonato brasileiro pelo placar mínimo. Apesar do futebol conservador e burocrático, o técnico Evaristo Piza consegue sua segunda vitória fora de casa, reassume provisoriamente a ponta da tabela e deixa o time a 3 pontos de confirmar sua classificação para a próxima fase. O gol foi marcado pelo atacante João Diogo, que em algumas vezes destacamos em resenhas anteriores neste blog e também em nosso canal do YouTube. Não é a primeira vez que o jogador entra no jogo e muda o placar. Dessa vez, entrando no lugar de Gabriel Davis, mas atuando a maior parte do tempo aberto pela direita, João recebeu a bola dentro da área e, ao cortar pro meio, sofreu a penalidade que ele mesmo bateu e fez no rebote.  O placar poderia já ter sido aberto no primeiro tempo, mas com mais uma boa atuação, o goleiro Jean impediu um placar mais elástico. O resultado deu os 3 pontos para o time manauara que, apesar do fut